domingo, março 20, 2011

Como voltar a ser feliz?


Fiz desse um dos meus objetivos para os próximos 6 meses (agora 5). Digamos que é um dos mais difíceis. Há mais de um ano, fui diagnosticada como tendo depressão profunda. A depressão é uma doença, e já fazia tempo que eu fazia terapia com uma psiquiatra. Ela me receitou um antidepressivo, um Inibidor de Recaptação de Serotonina, que eu comecei a tomar muito a contragosto, apenas porque na época eu estava realmente suicida.
Tomei pouco tempo. Uma amiga chamava o tal remédio de pílula da felicidade, mas para mim não funcionou. Em vez de ficar suicida, fiquei homicida: tinha raiva de tudo e todos, e só não matei ninguém porque não sou uma pessoa violenta.
Acabei desistindo do remédio e da terapia. Passei meses em casa, super antissocial, chorando todos os dias, sem forças para sair da cama. Depois o dinheiro acabou e eu tive que arrumar trabalho de novo. Nada como uma dificuldade real pra fazer a gente mexer a bunda, não é mesmo?
Isso não quer dizer, entretanto, que eu não ache depressão uma coisa séria. Também não quer dizer que eu tenha milagrosa e instantaneamente me curado.
Volta e meia me pego melancólica, triste e antissocial. O pior são os pensamentos horríveis que a gente tem quando está em depressão. Tudo parece absolutamente insuportável, ruim e irremediável. Nada parece ser capaz de provocar a menor das alegrias. Tudo perde um pouco das cores, dos sons, dos aromas.
É como viver num lugar sujo, escuro e frio, praticamente todo o tempo. O contato com outras pessoas, mesmo aquelas que você ama, parece um sofrimento injusto. É como andar em carne viva ao sol, num deserto de sal.
Tem gente que passa anos sentindo-se assim. É um estado mental parecido com a insanidade, mas no qual você mantém a razão de forma aguda, o que talvez seja pior. Por mais que você consiga analisar friamente a situação, pensar nos motivos pelos quais se sente tão mal, pensar que talvez as coisas não seja assim tão horríveis, você não consegue se sentir de outra maneira.
A depressão deve ser tratada como doença, porque realmente é. E é uma coisa que demora muito, muito tempo para curar. Uma ferida que precisa de cuidado constante para cicatrizar bem.
Eu estou nessa fase de cicatrização. Lutando com todas as forças para que a ferida cicatrize logo e que as seqüelas sejam mínimas. E é difícil, é realmente difícil. Tem sido difícil já há uns 3 anos.
Agora consigo rir, estou conseguindo aproveitar o tempo que passo com minhas amigas e meu namorado. Mas tem dias que são negros, realmente negros.
E quando eu fico feliz por algo bom que me acontece, logo surgem pensamentos nefastos na minha cabeça para acizentar a alegria. E contra eles eu luto. Por isso a necessidade de meditar, de cuidar do corpo, de mudar o exterior para mudar o interior.


Eu vi um filme, um tempo atrás, chama-se Simplesmente Feliz e conta a história de Poppy, uma moça que é irritantemente alegre. Parece bobo no começo, e a felicidade dela chega a irritar. Mas depois vi que ela também passa por coisas ruins, a lição é que ela não se deixa abater. Ela insiste na felicidade, contra tudo e contra todos e, ao final, a felicidade vem até ela. Parece autoajuda, mas a verdade é que nós construímos nosso ambiente. Nós construímos a nossa alegria. E dá trabalho, claro que dá. É uma escolha consciente e diária.
E ela implica em dizer não quando se quer dizer não. E respeitar as próprias vontades. E parar de se culpar por coisas pelas quais não sou culpada. E parar de viver no passado.
E eu tenho tentado fazer isso, todos os dias desde que esse projeto começou. E brigo comigo mesma, e fico irritada, e mal-humorada. Às vezes sinto-me um peixe debatendo-se na rede do pescador antes de morrer. Mas, quem sabe se eu me debater bastante, eu não consigo furar a rede e escapar de um triste fim?

Beijos da Taís.
Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Ai, meninas, me identifiquei muito com vocês.

    Legal a iniciativa, estou torcendo pra que no fim dos seis meses vocês estejam do jeito que sempre quiseram estar.

    Obrigada por terem ido lá no meu bloguinho. =)
    Beijo.

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  2. Oi,
    Estou assim mesmo ultimamente, só que quero também voltar a ser feliz.

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  3. Oi,
    Estou assim mesmo ultimamente, só que quero também voltar a ser feliz.

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  4. tb passo por isso faz tempo, penso em desistir todo momento, mas qdo chega na hora fazer isso acabou achando algo novo pra fazer e assinm vou levando, espero voltar ser feliz como era antes.

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  5. Santo Deus Taís... Eu acho que estou com princípio de depressão, não a profunda, mas a "suave". Honestamente, meu único motivo ultimamente é um certo garoto que possui também seus tons de cinza. Mas os dele, são parecidos com os meus. "Nossa que clichê", sim é. Muito até. E como era de se esperar, ele gosta de outra menina. Esse ato dele gostar de outra, é o que torna meus dias cinzas, cor de chumbo. Até com minha mãe às coisas estão difíceis, ela me enxerga como "possuidora de um enorme coração que prefere ajudar os outros e se queimar comigo". Onde está a dificuldade de me entender? Entender que eu só me sinto bem quando os meus amados (amigos) também estão? Nossa... Por favor, responda à esse comentário. Sabe o que é se sentir sozinha mesmo rodeada de pessoas? É como me sinto. Sempre fui alegre, feliz, vivo sorrindo, mas isso não reflete nem um pouco do como me sinto... Acho que só quero um alguém que me entenda, tanto quanto lhe entendi.
    Espero ansiosamente por sua resposta,
    Beijos.
    De sua xará, Thaís.

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    1. Oi, xará, vou responder aqui pq não achei seu e-mail, espero q vc leia. Depressão é uma coisa q começa leve e vai ficando pior se vc não trata. Procure ajuda, nem que seja lendo livros. O menino esse, bom, se ele gosta de outra, melhor vc deixá-lo de lado. Na época q eu tava mto mal e ainda não conhecia meu namorado, andava meio obcecada com um cara q era super deprê tb e q estimulava meu lado suicida. Mó furada. Ainda bem q eu percebi logo e deixei ele pra lá, assim pude conhecer meu namorado (hj namorido e pai do meu filho), q foi uma pessoa super importante pra minha recuperação, q me ama e cuida de mim. A sua mãe, talvez ela não entenda o q vc sente. Acho q vc se preocupar com seus amigos não pode ser o mesmo q se deixar de lado. Querer ver quem a gente ama bem é ótimo e saudável até certo ponto, vc não pode esquecer de si mesma. Quem sabe vc não faz um projeto 6 meses pra mudar? Me ajudou mto. Imagino q esteja sendo mto difícil pra vc, não ter com quem desabafar, manda e-mail pra nós 6mesespramudar@gmail.com Beijos da Taís.

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