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Há dois dias sem o namorido em casa. Ele foi viajar a trabalho. Deve voltar hj no fim da tarde.
Nem deu pra sentir saudade ainda. Uma saudadinha bem pequeninha, no máximo. Mas acho que isso é normal, afinal, a gente mora junto.
Anormais foram outros sentimentos que me surgiram nesses dias.
No primeiro dia de manhã, logo depois que ele saiu. Inventei uma roupa diferente, coloquei um salto, maquiagem, cabelinho mto arrumado. Até aí, tudo bem. Me arrumar mais estava nos planos.
No segundo dia, levantei me sentindo leve e alegre. Coloquei novamente uma roupa bonita, salto, maquiagem. Ao meio-dia, cheguei em casa com vontade de cozinhar. Vi meu seriadinho preferido (Pretty Little Liars, Fê Koch). Amei as unhas de uma das personagens. Pensei em fazer igual a noite.Marquei com a minha amiga de tomar banho de piscina na casa dela e, no fim da tarde, enqto tomávamos sol, estava pensando em fazer uma escova no cabelo, ler um livro e em quantas outras coisas mais eu ia fazer a noite.
Sabe o que tudo isso significa? Estava me sentindo estranhamente LIVRE. Quase solteira de novo.
Não que ele me prenda. Mas eu fico sempre planejando coisas em função dele. Sei que isso é errado, mas não consigo evitar. Sempre fico pensando no que ele vai achar, se ele vai gostar, do meu seriado, da minha roupa, do meu cabelo, da minha atitude. Talvez tenha me perdido um pouco de mim mesma nesse trajeto.
Não por mal, apenas por inexperiência.
Ontem, pintei as unhas e logo depois tirei o esmalte.Talvez aquilo fosse demais pro namorido.
Hj, pintei de novo da mesma cor. Quer saber? Se é demais pra ele ou não, eu não sei, mas era o que eu queria fazer.
Às vezes eu fico pensando se não é isso que tem nos faltado... Eu ser eu mesma. Mas daí me lembro que passei a me comportar dessa forma justamente pra me adequar a ele. Meu comportamento e minhas opiniões eram demais pra ele. Causavam mto conflito. E olha que eu não tenho comportamentos inadequados, vergonhosos, liberais demais. Eu apenas sou uma mulher pra frente. Eu penso. E na maioria das vezes, tenho um pensamento mais moderno que o dele.( áureos tempos em que concordávamos em tudo... e olha que nem faz tanto tempo assim).
E eu fico pensando nessa contradição. Ele se apaixonou por mim, qdo eu era eu mesma. Depois, isso passou a não servir mais. Mas, agora que eu faço mto mais o que ele quer (só discordo se for realmente mto importante), parece que também não está servindo. Os conflitos terminaram, mas entramos na geladeira...
Me vem na cabeça aquela velha ladainha de que homem não gosta de mulher que pensa. Ou melhor, até gosta. Tem um tesão danado nela, mas só pra comer de vez em quando. Pra casar, eles querem as "bonecas infláveis", aquelas que só fazem o que eles querem. Afinal, quem aguenta uma mulher inteligente questionando o tempo todo e até tendo razão? É mais fácil uma burrinha que eles comem pensando na mulher inteligente (que não está ali pra dar opinião sobre o desempenho dele na transa).
É horrível, mas me parece ter tanto sentido. Mas é a única coisa que explica o inverno gelado que se abateu sobre a minha casa.
Sim, eu já tentei conversar. A cada conversa, ele vai ficando mais fechado e mais distante. Desisti.
Minha terapeuta sugeriu terapia de casal... Choquei! Menos de um ano juntos e já vamos pra terapia de casal? É um atestado de total incompetência na comunicação por parte de ambos. Sem falar que eu tenho certeza que ele detestaria admitir isso e se ofenderia até com a sugestão disso.
E eu acho que ele teria razão em se ofender. É PÉSSIMO!
A mana diz que talvez ele ouvisse vindo da boca de outra pessoa. Mas eu queria que a primeira pessoa que ele ouvisse fosse eu. Não sei se eu quero abrir mão disso.
Não sei se eu quero isso pra minha vida: medo de conflitos, escolhendo as palavras, a melhor hora pra conversar. Meu Deus, quanta frescura. Depois dizem que as mulheres é que são frescas.
Eu quero ser natural, ser espontânea e ser amada por isso ou apesar disso. Quero gritar qdo eu tenho vontade. Quero ter o direito de chorar e de sentir raiva, às vezes, sem que isso vire uma guerra.
Quero paixão, quero intensidade de sentimento. Não quero ser o Sr. e Sra Smith no início do filme.
Não acho que isso seja pedir demais.
E o pior: na maior parte do tempo, isso sequer me atinge. Me atinge só qdo ele chega em casa. No resto do tempo, estou bem. E eu não deveria estar mal pq meu relacionamento está estranho?
Tenho pensado em terminar. Minha terapeuta diz que não é a hora. Que eu devo ter paciência com ele... Confesso que tá difícil. Mas se tiver que terminar, vou refletir mto bem sobre o assunto. Não vou tomar nenhuma atitude precipitada.
Mas estou frustrada. Não consigo evitar.
Desculpem o desabafo.
Beijinhos,
Paula
sexta-feira, janeiro 27, 2012
Eu ou Ele? O que houve com o "Nós"?
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8 Comentários
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Paula,
ResponderExcluirtodas as histórias são muito pessoais e são únicas, então se nada que eu disser servir, não estranhe: falo porque as minhas experiências, diferentes das suas, me fizeram assim. Acho que tu éis uma pessoa muito jovem para se conformar com a infelicidade, ou com uma relação "mais ou menos". Se ela te descaracteriza, te faz abrir mão de ser como sempre foi para não entrar em conflito, o perigo é grande. O perigo de se perder da gente mesmo, de não se reconhecer mais depois de um tempo. Reencontrar essa Paula te deu saudades? Então acho que ela precisa voltar a aparecer, mesmo que isso custe algumas coisas... Às vezes nos custa uma pessoa. Tenta analisar: porque a relação vale a pena ainda? Lista os motivos. E vamos ver se vale a pena! Sempre acho que quando uma pessoa tenta nos modificar, é porque ela não serve pra gente...
E por último, acho que tens que cuidar com esses posts aqui. Às vezes tem gente que nós nem imaginamos nos lendo, e nem sempre são pessoas que nos querem bem. Não custa cuidar!
Beijos
Paula,
ResponderExcluirQuero muito falar a esse respeito. Estou casada há seis anos, mas moramos juntos, meu marido e eu, há dez anos. E o primeiro ano foi o pior de todos.
Mas o que eu tenho pra te dizer vai dar pra escrever outro post.
Mando uma msg lá no face, tá? Amanhã nos falamos :)
Beijinhos
Tati
Paula, lendo esse post eu vi o meu relacionamento, e não é q fiquei um pouco aliviada em saber q não sou a única? hahaha...
ResponderExcluirMas sério, eu e o meu namorido moramos juntos há 3 anos, e estamos aprendendo até hoje. Acho q isso ocorre pq somos mto teimosos, na minha opinião ele mais do q eu.. haha.. e aí fica dificil uma conversa. Terapia de casal? EU SUGERI! Pq não aguentava mais, e ele achou um absurdo pq ngm de fora vai resolver os problemas dele. (o q eu acho uma ignorancia pq psicólogo nao resolve seus problemas, ele ajuda a enxergálos melhor e clarear as soluções, as escolhas continuam sendo nossa)...
Mas resumindo, não fizemos a terapia, nem de casal e nem separado, tentamos conversar mais sem acusações e sim assumindo mais seu proprio defeito...
É difícil demais morar juntos, mas nao é impossível. E sim, nós mulheres adaptamos mais a eles do q o oposto, pisamos mais em ovos e pensamos mais nos dois do q em nós mesmas, enqnto eles pensam mto mais neles. Talvez esse deva ser nosso erro.
Fica bem q não tome decisões precipitadas... como minha mãe fala, são homens... só mudam de endereço hahahaha
Meninas,
ResponderExcluirvcs nunca nos desapontam. Sempre tem a palavra amiga na hora que a gente precisa.
Mto obrigada!!!
Tati, ansiosa pela tua msg. hehehe Depois do primeiro ano melhora?
Espero que sim. hehehe
Fulana,
eu acho que existe um grande motivo pra nós ficarmos juntos que, ás vezes, fica encoberto pela rotina e por tudo mais: o amor. Eu amo mto meu namorido. Talvez tudo seja mesmo uma questão de prática, de conversa, de paciência...
Eu quero acreditar que sim.
Luize, querida!
Pra mim, tb é ótimo saber que não sou a única a passar por isso. Essa troca de experiências é mto boa. Mas acho que sua mãe tem razão. hehehe
No fundo, o que ela quer dizer é que não adianta trocar de namorado. Se a gente ama aquela pessoa, deve tentar aprender a conviver com ela.
É mto difícil. Mas eu já afastei a ideia de terminar. Enqto eu ainda quiser tentar, vale a pena.
Mais tarde, conto pra vcs.
Beijinhos,
Paula
Gostei do texto, Paula, principalmente do título, diz muito falando pouco. Só um adendo, homem de verdade, não moleque, gosta sim de mulher inteligente, a mulher inteligente trás algo mais para relação, assunto... Evita que a conversação entre o casal permaneça no ciclo "o que pegar no mercado?", "como foi teu dia?", e que com isso, que o relacionamento esfrie. Outra coisa, mulher inteligente não é sinônimo de mulher teimosa, hehehe... Às vezes é mais inteligente ficar em silêncio e aguentar no "osso do peito", que continuar uma discussão que não levará a nada. Em suma UM VIVA AS MULHERES CABEÇA!!!
ResponderExcluirPoxa, mas em tão pouco tempo já dando problemas?
ResponderExcluirEu sinceramente não saberia o que fazer! =/ Tô namorando há 3 anos e não tive grandes problemas até hoje..
Talvez vocês possam voltar a morar separados! Sempre ouvi dizer que isso faz bem, ainda mais se vocês estão no começo. Cada um com seu espaço, fazendo o amor crescer através de encontros românticos, cineminhas..
O ruim é quando não podemos tomar esse tipo de decisão porque dependemos financeiramente do outro.
Kissu!
Guilherme, achei que já tinha te respondido, mas por algum motivo não ficou a resposta aqui. Adorei teu comentário. Tu tá totalmente certo: homens de qualidade apreciam mulheres inteligentes. E sobre a teimosia tb. Escolher as batalhas é mto importante. Tenho aprendido isso.
ResponderExcluirCherry, já propus isso algumas vezes, mas foi recusado imediatamente. E dinheiro não é problema. Teimosia é pior.
Mas nem tudo está perdido se existe amor. Nós vamos dar um jeito.
Tati!!! Ainda to esperando tua msg.
Beijinhos, Paula
"Escolher as batalhas" Paula... Falou tudo...
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