Para que serve a terapia?

Um dos meus objetivos é voltar a fazer terapia. Meu impasse nesse assunto não é falta de vontade, não é negação, não é tentar fugir da coisa, mas simplesmente a falta de dinheiro. Ando super apertada, ganho mal, tenho contas a pagar, e a terapia, apesar de não ser algo supérfluo na minha opinião, não está dentro das minhas necessidades mais fundamentais.

Tenho tentado pensar em mil maneiras de ganhar um pouquinho mais de dinheiro só para poder pagar a psicóloga. Eu valorizo o trabalho alheio e não acho justo não pagar os honorários que o profissional cobra pelo tempo que dedica à pessoa em terapia. Já negociei com minha ex-terapeuta em tempos passados, quando eu precisava muito mesmo de terapia e o dinheiro também andava um tanto escasso.

Confesso que somente procurei uma terapeuta quando estava passando por um momento dificílimo da minha vida, e precisava de uma ajuda que nenhum dos meus amigos e nenhum livro seria capaz de dar: uma ajuda de mim mesma. O terapeuta funciona como um facilitador, para que gente olhe para dentro, e não para fora.

A maioria das pessoas sempre procura um culpado externo, e procura um culpado. Mas nem sempre há um culpado, e nem sempre a causa do desconforto é externa.

Foi muito importante para mim a terapia, e me ajudou a segurar as pontas, mas sei que aquilo foi só o começo e preciso dar continuidade ao processo.

Muita gente que eu conheço é totalmente contra terapia, tem resistência, medo, preconceito... o que é uma pena, porque é uma ótima maneira de auto-conhecer-se. Procurando na web, achei esse texto bem bacana sobre porque fazer terapia. Se você tem vontade e pode fazer, sugiro ir adiante. É uma coisa para os fortes, verdade, mas que nos faz ainda melhores.

Muitas pessoas ainda deixam de procurar um psicoterapeuta por preconceito ou vergonha. Para muitos, psicólogos só cuidam de loucos. Outros pensam: Porque ir num psicoterapeuta se você pode conversar com um amigo ou ler um livro de auto-ajuda?

Quantas vezes não contamos algo para alguém em busca de apoio e compreensão, somente para no fim nos sentirmos incompreendidos e decepcionados? Um amigo pode ajudar, mas ele não é um profissional, não conseguirá ser imparcial e provavelmente não está capacitado para ajudá-lo diante do enorme leque de dificuldades que encontramos durante a vida.

Há aqueles que duvidam que "conversar" possa ajudar em alguma coisa, mas a palavra é capaz de curar. Hoje, pesquisas com neuro-imagem funcional já comprovam a eficácia e os benefícios da psicoterapia. Desta forma, a tendência é que com o tempo o estigma vá diminuindo e as pessoas percebam que o cuidado preventivo com a saúde mental, é tão importante quanto cuidar da saúde física.

Muitos dos problemas com que lidamos na psicoterapia estão fora do nosso escopo de consciência. Ou seja: padrões inconscientes estão afetando a maneira como agimos e como nos sentimos. O psicoterapeuta é um profissional treinado e formado para perceber esses padrões, e ajudar o paciente a percebê-los e a mudá-los.

Em muitos casos, sabemos o que devemos fazer, mas não conseguimos. Isso ocorre porque existe uma diferença entre a compreensão intelectual de uma coisa, e a compreensão que vem do insight terapêutico, que ocorre de forma mais ampla do que a compreensão intelectual.

As pessoas geralmente evitam buscar ajuda de um psicólogo clínico até que a situação se torne insustentável, ou que apareçam sintomas físicos. A separação entre o corpo e a mente só existe na teoria. Na prática, você é o seu corpo, e mais e mais pesquisas vem comprovando o quanto o que sentimos e pensamos afeta o funcionamento do nosso corpo físico. Quando a psique está em desarmonia e não cuidamos dela, acabam surgindo sintomas físicos ou doenças psicossomáticas. Esses são os sinais de alerta do corpo, de que algo não vai bem.

Beatriz Accioly

Beijos da Taís.