terça-feira, julho 05, 2011

"Pra sonhar não pagamos impostos"

Eu vim aqui pra escrever sobre algo diferente, mas li o post da mana e ... Bom, prometo que chego onde queria pq no fundo tem a ver.

O homem da minha vida é determinado e cheio de sonhos. Ele é bem sucedido e sabe exatamente onde ele quer chegar. Eu acho isso lindo e concordo com quase todos os sonhos dele. Porque combinamos mto e eu gosto de todos. Mas tb pq não tenho os meus próprios...
Ele me questionou sobre isso. Ouviu grilinhos no lugar de uma resposta. Fiquei vasculhando minha mente atrás dos meus sonhos. Não achava nada. Só conseguia pensar que eu queria uma vida tranquila, uma familia feliz, uma casa e um carro que fossem meus e que queria viajar mto. Daí ele me perguntou: "e como tu quer que seja a tua casa?" E eu tb não sabia responder. Só disse que não precisava ser nada mto luxuoso. Ou seja, qualquer uma serve. Mas que tipo de sonho é esse??? Vc sonha com qq coisa???

Então, eu tentei explicar pra ele (e talvez pra mim mesma) o porquê disso. Eu e a mana tivemos uma infância difícil. Nossos pais eram excessivamente dominadores e meio que anularam nossa personalidade, nossa liberdade, até mesmo, de sonhar. Nossos sonhos já eram pré-determinados. Nos restava querer vivê-los apenas. Lógico que nós lutamos, mas acabamos por desistir e agradar a eles ou, como disse a mana, a não desagradá-los.
Nenhuma de nós lembra qdo isso começou. Provavelmente, sempre foi assim, pq não consigo lembrar de nenhum sonho que eu tivesse qdo criança, a não ser o príncipe encantado, como toda menina. Perdi esse sonho depois, mas ele foi realizado assim mesmo. :D

E assim crescemos... Quase seres sem identidade que se pegam depois dos 30 anos sem saber o que querem e, no meu caso, ainda lutando com o pai e a mãe por espaço (o pai tem se metido mto no meu relacionamento).

Depois de ser mãe, tenho entendido cada vez mais os meus pais, mas ainda assim não posso ignorar as consequências disso. Ser mãe sempre envolve expectativas. Toda mãe tem uma imagem traçada na mente sobre como quer que seu filho seja, esquecendo que isso não é escolha dela, mas dele. Meu pai não gostava da maneira como eu era, sempre criticando. Assim como eu esperava que a minha filha fosse diferente. Eu queria que ela fosse como eu, mas ela não é. Não exijo que ela mude, mas não posso negar que isso acontece.

E, ao mesmo tempo, eu vejo ela mto parecida com aquilo que eu era qdo criança. Eu incomodava meu pai de alguma forma, assim como minha filha me incomoda. Qdo criança, eu achava que ele não tinha motivo pra me tratar daquela forma. E hj eu sei o que minha filha faz que me incomoda, mas a pergunta é: ela sabe? Ou ela está apenas se sentindo agredida como eu me sentia?
E era aqui onde eu queria chegar no início.
Tb cheguei àquela triste conclusão de que a gente só entende os pais depois que nós viramos pais, pq nos vemos nos nossos filhos e vemos nossos pais nas nossas atitudes. Mas entender não significa concordar. Eu não quero criar uma criança sem sonhos. Quero que os sonhos dela tenham asas e voem pro infinito. E sendo assim, o que fazer?
Alguma pessoa de sorte conseguiu o manual de instruções do seu filho pra eu tirar uma cópia?
E, voltando aos sonhos, será que ainda dá tempo de recuperar os meus ou de criar sonhos novos?
Quero acreditar que sim. E voar junto com a minha filha.
Beijinhos,
Paula
Comentários
2 Comentários

2 comentários :

  1. Nunca é tarde para sonhar!...Muito menos para correr atras dos sonhos. Força!
    Outro dia falei nisso em
    http://mllissa.blogspot.com/2011/06/frases-que-inspiram-2.html

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  2. Querida, realmente nunca é tarde para sonhar!... Sonhe, nós temos apenas uma vida e apenas uma chance para realizar os nossos sonhos. Não abra mão dos deles.

    Em relação a sua filha, eu acho que você mais do que ninguem sabe o que esta passando... vivenciou isso sendo filha. Ainda sou apenas filha, sei o quanto super proteção nos sufoca.

    Hoje estou já com 37 anos e muito mais madura, é claro... entendo o quanto vocês querem o nosso bem, porém não concordo com o fato de vocês dirigirem as nossas vidas.

    Fique observando, quando ela estiver fazendo algo que você acha que irá prejudica-la. Converse, tenho certeza que será bem melhor para as duas.

    Ah, o incomôdo pode ser reciproco, mas estou certa que ambas se amam.

    Mil desculpas pelo comentário, mas já incomedei, já magoei... o tempo passa, e nada melhor a cumplicidade entre mãe e filha.
    Falo isso hoje, mas lutei muito para minha mãe entender que eu escolho o meu caminho, preciso cair, levantar a poeira e dar a volta por cima.

    Milhõõõões de beijos

    Fique com Deus

    Flávia

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