Quem dera, né?
Confesso que vezenquando eu entro nesses sites que oferecem leituras de tarot, I-Ching etc. Oráculos. Porque às vezes a vida parece tão estranha e sem sentido, que eu preciso de algo que me diga o que fazer, ainda que seja muito bobo.
Às vezes a gente queria alguém que viesse e nos levasse pela mão. Tipo mãe: faz isso, não faz aquilo. Mas a verdade é que não funciona. Mesmo quando crianças somos rebeldes, queremos fazer o que queremos fazer e, se obedecemos, é para que mamãe não deixe de gostar da gente, não porque percebemos: "ah! isso realmente é o melhor para mim!"
A gente tem que querer, a gente tem que fazer. Estímulo, ajuda, apoio: claro, são sempre benvindos. Mas se não parte da gente, não adianta.
Só que às vezes é tão difícil! Tem dias em que eu me sinto muito perdida.
Estava fazendo minhas listinhas de tarefas e estava dando muito certo. Mas aí, parei. Rebelei-me contra mim mesma. E me perdi. Ontem, por exemplo, chegou uma hora que eu estava tão no piloto automático que, quando me dei conta, nem sabia o que estava fazendo. Aí fico com aquela sensação ruim de que esqueci algo, perdi algo, deixei de ir a algum compromisso importante.
É muito chato. Somos, sempre, nossos piores inimigos. Por mais que aconteçam coisas alheias ao nosso controle ou vontade, no final das contas, é sempre a nossa própria atitude com relação à vida que nos prejudica mais.
Às vezes me pego devaneando sobre a grama do vizinho. Como ela parece tão mais verde do que a minha... isso é idiota, eu sei. Todo mundo tem problemas e se a pessoa tem poucos ou nenhum, claro que é mérito dela. Não adianta eu ficar achando que é sorte ou destino. As pessoas criam a própria sorte (ou azar). Acho que tudo depende da postura que a gente tem em relação à vida.
Li um texto super bom sobre relacionamentos outro dia. Agora não lembro de quem era, mas o autor dizia que as pessoas gostam de estar num relacionamento para poder colocar a culpa no outro: "ah, eu queria tanto fazer/ser tal coisa, mas meu parceiro não deixa/quer/entende"
Não é mesmo assim? Não quero generalizar, nem todos os relacionamentos são assim. Mas é bem fácil ter esse tipo de atitude.
Eu mesma tenho, volta e meia. Não com relação ao meu namorado, mas em geral com relação aos meus pais. Como a mana contou noutro post, a gente teve uma infância difícil. Não em termos materiais, essa dificuldade, ainda bem, não tivemos. Mas em termos de amor, carinho e compreensão, isso sempre esteve um tanto em falta na nossa casa. E, claro, moldou nosso jeito de ver o mundo e encarar as coisas. Talvez por isso a mana esteja enfrentando dificuldades com a sobrinha.
Mas, ao menos, eu e ela temos consciência de que não queremos repetir esse posicionamento negativo e desprovido de amor que os nossos pais tiveram e ainda têm com relação à vida. Esse pessimismo e a mania de criticar tudo e todos que papai tem.
Agora que esses primeiros seis meses do nosso projeto de mudança de vida tão finalizando, dá pra perceber o quanto essa idéia foi boa. Não mudamos tudo que queríamos, mas começamos a mudança, e isso é muito importante. Assumimos responsabilidade pelas nossas vidas, estamos abandonando velhos hábitos e padrões em troca de uma vida mais plena e feliz.
Contar com o apoio de amigos e leitores é fundamental e a gente agradece muito.
Mas se alguém aí tiver um oráculo infalível, eu quero saber! hihihi
Beijos da Taís.
1 Comentários
Eu diria que é sua sorte/revés nas Cartas do Tarot. Quanto a querer mudar, temos uma carta interessante que é a Morte, que longe de ser a morte física é a morte daquilo que não nos serve mais e deve ser deixado pra traz, pois nos incomoda ficar na mesma situação e no final só depende de nós mesmos para que ocorra a mudança tão esperada. O Tarô pode até dizer o que você deve fazer, mas quem disse que realmente queremos o que devemos fazer? Por irônia do destino o Tarot só funciona qdo estamos abertos a mudança e a reconhecer padrões repetitivos sem nos envergonhar, abertos a dar o próximo passo.
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